segunda-feira, 31 de março de 2008

"Sabiá" e "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores "


Sabiá
Chico Buarque e Tom Jobim
III Festival Internacional da Canção de 1968, cujos vencedores foram Tom Jobim e Chico Buarque com a música Sabiá.Chico Buarque e Tom Jobim.
Vídeo de 1988, Globo.


Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
Geraldo Vandré

Geraldo Vandré é o nome artístico de Geraldo Pedrosa de Araújo Dias (João Pessoa, 12 de setembro de 1935), um cantor e compositor brasileiro.
Em 1966, chegou à final do Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com o sucesso "Disparada", interpretado por Jair Rodrigues. A canção arrebatou o primeiro lugar ao lado de "A Banda", de Chico Buarque.
Em 1968, participou do III Festival Internacional da Canção com "Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores" ou "Caminhando".

A composição era um hino de resistência contra o governo militar. O refrão "Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer" foi interpretado como uma chamada à luta armada contra os ditadores. O sucesso acabou em segundo lugar no festival, perdendo para "Sabiá", de Chico Buarque e Tom Jobim.

Ainda em 1968, com o AI-5, Vandré foi obrigado a exilar-se. Depois de passar dias escondido na fazenda da viúva de Guimarães Rosa, morto no ano anterior, o compositor partiu para o Chile e, de lá, para a França.

Voltou ao Brasil em 1973. Até hoje, vive em São Paulo e compõe. Muitos, porém, acreditam que Vandré tenha enlouquecido por causa de supostas torturas que ele teria sofrido. Dizem que uma das agressões físicas que sofreu foi ter os testículos extirpados, após a realização de um espetáculo, por policiais da repressão. O músico, no entanto, nega que tenha sido torturado e diz que só não se apresenta mais porque sua imagem de Che Guevara Cantor abafa a obra.

Muitos artistas e intelectuais foram forçados a ir para o exílio, como aconteceu com os tropicalistas, que foram mandados para Londres. Estava decretado o silêncio.
Em agosto de 1969, morre Costa e Silva, vítima de uma trombose cerebral, pela Constituição, o Vice-Presidente, o civil Pedro Aleixo, deveria substituí-lo. Porém, os militares ignoram a lei, formam uma Junta que implementam uma Emenda Constitucional, que legalizava a pena de morte para crimes de subversão. A esquerda reagem também de maneira radical, aderindo a luta armada, aos seqüestros, que acabaram possibilitando a libertação dos presos políticos.
A reação do novo representante da Ditadura Militar ( Gen. Médici), foi acentuar a repressão, através do DOI-CODIs (Destacamentos de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna, criados em 1969, centralizaram as práticas de tortura. Os órgãos de imprensa eram todos censurados, impedidos de mostrar o que acontecia nos porões da ditadura.

Proibido proibir


Caetano Veloso
TV Educativa, Rio-ao vivo,anos 80.

Em 1968, a juventude do mundo se rebela em vários cantos e continentes.
Em Praga os jovens se rebelam contra um governo autoritário de esquerda, nos EUA contra a Guerra do Vietnã, na França contra o presidente De Gaulle, nem o governo moderado alemão escapa a ira dos estudantes.
No Brasil, o movimento estudantil tem como alvo a ditadura militar. Contudo, os líderes estudantis brasileiros usavam roupas tímidas, seu padrão de arte era Geraldo Vandré e não Caetano e Gil, que buscavam revolucionar a música popular.
Os tropicalistas estavam mais sintonizados com o que ocorria lá fora, onde os ativistas buscavam a derrubada de todas as estruturas sob a bandeira de sexo, drogas e rock-‘n’-roll, com jeans desbotados, pés descalços, era o iníco do movimento hippie.

Nesse mesmo ano, o III Festival Internacional da Canção organizado TV Globo, criado como o intuito de concorrer com a Record de São Paulo, reflete bem esse clima, quando Caetano acompanhado pelos Mutantes, defendendo a música é proibido proibir, é recebido com vaias, ofensas, ovos e tomates.
O compositor responde com discurso radical que ficou para a história dos festivais.
“ Vocês são iguais sabe a quem? São iguais sabe a quem? Tem som no microfone? Àqueles que foram na Roda Viva e espancaram os atores.” (Trecho do discurso de Caetano Veloso em resposta as agressões da platéia)

"Ponteiro"


Ponteiro
Marilia Medalha e Edu Lobo no III Festival da Música Popular Brasileira, no Teatro Record Centro, São Paulo.
A música ainda seria cantada outras duas vezes: na apresentação do 1º Prêmio, e o "bis" do encerramento do Festival, que contou com a presença, no palco, de quase todos os artistas daquela noite.
A algazarra da platéia no início do vídeo tem uma explicação: PONTEIO foi cantado logo após a famosa apresentação de Sergio Ricardo e seu violão. E a desclassificação do compositor, anunciada por Blota Junior ao público e ao Júri, despertou uma "tempestade" de aplausos e vaias, mas com uma predominância dos primeiros.


Domingo no Parque
Gilberto Gil no III Festival de música.


Roda Viva
Chico Buarque no III Festival de música.


Alegria, alegria
Caetano Veloso
Essa mesma música serviu de fundo musical, 25 anos depois, para o movimento dos jovens carapintadas , na luta pelo impeachment, impulsionada pela série “Anos Rebeldes” de Gilberto Braga.
Não coloquei o vídeo do III Festival de música em 69, como os outros vídeos acima, pelo simples fato de que esse clip criado pelos alunos do CEAM sobre os anos rebeldes do movimento estudantil, durante a ditadura militar brasileira, tem muito mais a dizer do que o outro vídeo.

Época em que existia UNE, em 1960.
Época em que existia um senso diante da realidade brasileira.
Época em que existia uma moral coletiva.
Época em que existia amizade, companheirismo verdadeiros.
Época em que existia um lutar pelos seus ideias, e, se preciso for morrer por eles.

Muitas ou melhor quase todas das conquistas sociais, trabalhistas, de liberdade, da igualdade, do respeito, da cidadania... que estão tipificadas nas leis, CF/88, vêm desse legado de heróis, heróis que não estão em filmes ou se quer são os idolos adorados por essa juventude de hoje, (que muitas das vezes não têm nada de heróis), esses heróis que lutaram por um Brasil digno e igualitário, não estão em lugar nenhum, muitos deles morreram, para que nós hoje vivessemos em um "ideal" de democracia e o pior que nem se quer os conhecemos.

Mas, aqui vai um agradecimento daquela juventude, que fez muito por nós e que hoje nós nem lembramos quem são ou o que fizeram e se quer fazemos algo analógico às suas ações pretéritas, pelo contrário só pensamos em nossas próprias individualidades, esquecendo que nossos filhos e netos herdaram o que a gente deixar.

"A Banda" e "Disparada"




Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão interpretam "a banda" no II festival de música brasileira em 1966. Chico Buarque de Hollanda e Nara Leão interpretam "a banda" no II festival de música brasileira em 1966.

O primeiro grande momento da era dos festivais, foi sem dúvida o II Festival da Record de 1966, a disputa acirrada, entre “Disparada” de Geraldo Vandré e Théo de Barros, e “A Banda” de Chico Buarque de Holanda, dividiu o público.

O resultado final foi o empate das duas canções, sendo que a canção de Vandré anunciava uma tendência mais crítica da desigualdade social. Postura essa, que marcaria uma parte da MPB.

Não Tem Tradução


Ninguém melhor do que Noel Rosa para servir de exemplo, de quem traduziu o Rio nos seus costumes, na sua malandragem, nas favelas e nos seus bairros ( particularmente a sua Vila Isabel) com tanta beleza poética e musical, e com críticas sociais e políticas contundentes como fez com tanta propriedade no samba “não tem tradução”.

Quando ironiza os pobres de espírito que se deslumbravam com os modismos estrangeiros, já presentes em sua época. A crítica de Noel transcende, mantendo-se atual, mais do que nunca no mundo globalizado de hoje, quando nossas entranhas são americanizadas para o deleite dos “neobobos” .

Sem dúvida nenhuma, que Noel não deixaria escapar uma fina ironia para o bairro mais americanizado (Barra da Tijuca) do Rio de Janeiro, a nossa Miami Tupiniquim, com direito até a uma irmã nanica da Estátua da Liberdade (rsrsrsr). Um prato perfeito para o compositor da Vila Isabel.

Como nossos pais


Não quero lhe falar
Meu grande amor
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor
É uma coisa boa
Mas também sei
Que qualquer canto
É menor do que a vida
De qualquer pessoa...

Por isso cuidado meu bem
Há perigo na esquina
Eles venceram e o sinal
Está fechado prá nós
Que somos jovens...

Para abraçar seu irmão
E beijar sua menina, na rua
É que se fez, o seu braço
O seu lábio e a sua voz...

Você me pergunta
Pela minha paixão
Digo que estou encantada
Como uma nova invenção
Eu vou ficar nesta cidade
Não vou voltar pr'o sertão
Pois vejo vir vindo no vento
Cheiro da nova estação
Eu sei de tudo na ferida viva
Do meu coração...

Já faz tempo
Eu vi você na rua
Cabelo ao vento
Gente jovem reunida
Na parede da memória
Essa lembrança
É o quadro que dói mais...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo o que fizemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Ainda somos os mesmos
E vivemos
Como Os Nossos Pais...

Nossos ídolos
Ainda são os mesmos
E as aparências
Não enganam não
Você diz que depois deles
Não apareceu mais ninguém
Você pode até dizer
Que eu tô por fora
Ou então
Que eu tô inventando...

Mas é você
Que ama o passado
E que não vê
É você
Que ama o passado
E que não vê
Que o novo sempre vem...

Hoje eu sei
Que quem me deu a idéia
De uma nova consciência
E juventude
Tá em casa
Guardado por Deus
Contando vil metal...

Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como Os Nossos Pais

quarta-feira, 12 de março de 2008

"If I had my way, I'd've been a killer"


Por Nina Simone.
Com imagens que relatam brevemente a história desse grande homem negro, Martin Luther King.
Para quem quiser saber mais, segue a baixo um distinto relato de sua história e quem sabe um dia...em breve teremos o mundo igualitário em raça, sexo, ideologia, crença, e opção sexual.

Martin Luther King nasceu em 15 de janeiro de 1929 em Atlanta na Georgia, filho primogênito de uma família de negros norte-americanos de classe média. Seu pai era pastor batista e sua mãe era professora.

Com 19 anos de idade Luther King se tornou pastor batista e mais tarde se formou teólogo no Seminário de Crozer. Também fez pós-graduação na universidade de Boston, onde conheceu Coretta Scott, uma estudante de música com quem se casou.

Em seus estudos se dedicou aos temas de filosofia de protesto não violento, inspirando-se nas idéias do indu Mohandas K. Gandhi.

Em 1954 tornou-se pastor da igreja batista de Montgomery, Alabama. Em 1955, houve um boicote ao transporte da cidade como forma de protesto a um ato discriminatório a uma passageira negra, Luther King como presidente da Associação de Melhoramento de Montgomery, organizou o movimento, que durou um ano, King teve sua casa bombardeada. Foi assim que ele iniciou a luta pelos direitos civis nos Estados Unidos.

Em 1957 Luther King ajuda a fundar a Conferência da Liderança Cristã no Sul (SCLC), uma organização de igrejas e sacerdotes negros. King tornou-se o líder da organização, que tinha como objetivo acabar com as leis de segregação por meio de manifestações e boicotes pacíficos. Vai a Índia em 1959 estudar mais sobre as formas de protesto pacífico de Gandhi.

No início da década de 1960, King liderou uma série de protestos em diversas idades norte-americanas. Ele organizou manifestações para protestar contra a segregação racial em hotéis, restaurantes e outros lugares públicos. Durante uma manifestação, King foi preso, tendo sido acusado de causar desordem pública.

Em 1963 liderou um movimento massivo, "A Marcha para Washington", pelos direitos civis no Alabama, organizando campanhas por eleitores negros, foi um protesto que contou com a participação de mais de 200.000 pessoas que se manifestaram em prol dos direitos civis de todos os cidadãos dos Estados Unidos. A não-violência tornou-se sua maneira de demonstrar resistência. Foi novamente preso diversas vezes. Neste mesmo ano liderou a histórica passeata em Washington onde proferiu seu famoso discurso "I have a dream" ("Eu tenho um sonho"). Em 1964 foi premiado com o Nobel da Paz.

Os movimentos continuaram, em 1965 ele liderou uma nova marcha. Uma das conseqüências dessa marcha foi a aprovação da Lei dos Direitos de Voto de 1965 que abolia o uso de exames que visavam impedir a população negra de votar.

Em 1967 King uniu-se ao Movimento pela Paz no Vietnam, o que causou um impacto negativo entre os negros. Outros líderes negros não concordaram com esta mudança de prioridades dos direitos civis para o movimento pela paz.

Em 4 de abril de 1968 King foi baleado e morto em Memphis, Tenessee, por um branco que foi preso e condenado a 99 anos de prisão.

Em 1983, a terceira segunda-feira do mês de janeiro foi decretada feriado nacional em homenagem ao aniversário de Martin Luther King Jr.'s.

Ne Me Quitte Pas


Intérprete Nina Simone
Tradução da música:

Não me deixes,
Não me deixes,
É preciso esquecer,
Tudo se pode esquecer
Que já para trás ficou.
Esquecer o tempo dos mal-entendidos
E o tempo perdido a querer saber como
Esquecer essas horas,
Que de tantos porquês,
Por vezes matavam a última felicidade.

Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.
Te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde nunca chove;
Escavarei a terra
Até depois da morte,
Para cobrir teu corpo
Com ouro, com luzes.
Criarei um país
Onde o amor será rei,
Onde o amor será lei
E você a rainha.

Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.
Te Inventarei
Palavras absurdas
Que você compreenderá;
Te falarei
Daqueles amantes
Que viram de novo
Seus corações ateados;
Te contarei
A história daquele rei,
Que morreu por não ter
Podido te conhecer.

Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.
Quantas vezes não se reacendeu o fogo
Do antigo vulcão
Que julgávamos velho?
Até há quem fale
De terras queimadas
A produzir mais trigo;
Que a melhor primavera
É quando a tarde cai,
Vê como o vermelho e o negro
Se casam
Para que o céu se inflame.

Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.
Não vou chorar mais,
Não vou falar mais,
Escondo-me aqui
Para te ver
Dançar e sorrir,
Para te ouvir
Cantar e rir.
Deixa-me ser a sombra da tua sombra,
A sombra da tua mão,
A sombra do teu cão.

Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes,
Não me deixes.

Aqui


Na voz de Ana Carolina, em seu novo cd "Dois Quartos"
Essa música ja diz coisas que não preciso dizer a você...
Te adoro!!!

Evidências


Interpretado pela Ana Carolina, com imagens lindas!!!

Eu comi a Madonna


Ana Carolina.
Com imagens maravilhosas e a música é um espetáculo.
UNIÃO HOMOAFETIVA JÁ!!!

One Day In Your Life


Intérprete Anastasia.

I Just Don't Know What To Do With Myself



Performance de uma stripp Kate Moss.